sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Cestos, pêssegos e história...

Olá a todos!

Aproveitando a pausa que teremos para o Natal no NBB, resolvi fazer uma postagem mais didática hoje. Comentarei um pouco sobre a história do esporte que é tema deste blog! Para começar o nosso tour pelo tema, vou adiantar que uma fruta influenciou muito a elaboração do jogo que conhecemos como basquetebol.

A história do esporte começa a se desenhar no rigoroso inverno de 1891, em Springfield. A cidade, no estado de Massachusets (EUA), abrigava a Associação Cristã de Moços, ambiente onde se praticavam os mais diversos esportes. Os mais comuns na época, futebol americano e basebol, não podiam ser realizados em locais fechados, o que determinava uma baixa prática esportiva nos meses mais gelados. Sendo assim, o diretor da ACM incumbiu o professor de Educação Física, James Naismith, de criar um esporte atrativo ao público e que pudesse ser praticado dentro do ginásio da instituição.

James, sua bola de futebol (era a que tinha) e o cesto mais famoso do esporte.

A lenda diz que o professor teve a ideia cerne do jogo ao observar uma colheita de pêssego, fruta muito comum na região. O cesto utilizado inicialmente era originário de uma colheita da fruta, o que dá uma certa sustentação ao dito. James então iniciou um trabalho para escrever as regras mais elementares do jogo. Chegou em 13 regras, que são elas:
  1. A bola poderá ser lançada em qualquer direção, com uma ou com as duas mãos;
  2. A bola poderá ser golpeada com uma ou duas mãos em qualquer direção, mas nunca com os punhos;
  3. Os jogadores não poderão correr com a bola nas mãos. Devem lançá-la da mesma posição de onde a receberam. Pode ser concedida uma certa tolerância a um jogador que recebe a bola em movimento;
  4. A bola poderá ser segurada por uma ou por duas mãos, mas nem os braços ou outra parte do corpo poderão ser utilizados para retê-la;
  5. Será proibido golpear o adversário com os ombros, puxar, empurrar ou impedir sua movimentação. Toda infração a esta regra será falta. Em caso de repetição, o jogador reincidente será eliminado até que seja marcada uma nova cesta. Se houver a intenção de lesionar o adversário, o jogador será eliminado por todo o jogo, sem que se permita a substituição;
  6. Golpear a bola com os punhos será uma falta, como as violações descritas nas regras 3 e 4 e se aplicará a penalidade descrita na regra 5;
  7. Se uma equipe cometer três faltas consecutivas (sem que a outra equipe tenha cometido falta no mesmo lapso de tempo), um ponto será anotado em favor da equipe adversária
  8. Será considerado ponto quando a bola for lançada ao cesto e nele entrar, caindo no solo. Se a bola tocar o aro e os defensores movimentarem esse aro, será marcado um ponto para a equipe atacante;
  9. Quando a bola sair do campo ela deverá ser reposta no meio da quadra pelo mesmo jogador que a tocou para fora. Se houver dúvida o árbitro deverá lançá-la ao alto no interior do campo de jogo. O jogador terá cinco segundos para repor a bola em jogo. Se retiver a bola por mais tempo a lateral será dada à equipe adversária. Se uma equipe retardar intencionalmente o reinício do jogo será penalizada com uma falta;
  10. O árbitro principal julgará as ações dos jogadores e marcará as faltas. Quando um jogador cometer a terceira falta poderá ser desclassificado, aplicando–lhe as penalidades da regra 5;
  11. O segundo árbitro toma as decisões relacionadas à bola e indica quando ela estará em jogo, quando sai e a quem deve ser entregue. Ele será o cronometrista e decidirá se houve ponto. Será também o responsável pela contagem dos pontos;
  12. A partida será disputada em dois tempos de 15 minutos, com intervalo de 5 minutos;
  13. A equipe que marcar o maior número de pontos será declarada vencedora. Em caso de empate, a partida, em comum acordo entre os capitães poderá ser prorrogada até que novo ponto seja marcado.
É interessante perceber que um dos fundamentos de maior importância no basquete atual, o drible (ato de bater a bola contra o solo) não constava nas regras iniciais de Naismith. Com as regras descritas, em 20 de janeiro de 1892, foi realizado o primeiro jogo de basquetebol da história. As equipes foram formadas por nove jogadores cada, para um público de aproximadamente 200 pessoas. A partida terminou com o excelente placar de 1 a 0 (e você reclamando que os jogos do NBB não chegam a 100 pontos por equipe...).

As maiores dificuldade do jogo inaugural foram:

1. Muitas faltas eram cometidas. Como cada jogador que cometesse duas faltas só poderia voltar ao jogo depois de uma cesta e somente uma foi realizada durante o jogo todo, dá pra ter uma ideia de como essa partida terminou...

2. Quando a cesta foi marcada, a bola deveria ser retirada do cesto que se encontrava pendurado a 3,05 metros do solo. Uma escada foi necessária. Com o passar do tempo, pensou-se em algum método para evitar tal fadiga. Primeiramente, foi realizada uma adaptação na cesta conforme a imagem abaixo:

Felizmente perceberam que todo este trambolho era desnecessário.

Ainda no mesmo ano, chegaram a conclusão que furar o cesto na parte inferior era suficiente. E assim o fizeram:

Agora sim! Bem melhor!

Um fato interessante: os 3,05 metros de altura para o aro permanecem até hoje no basquetebol. Em um próximo post pretendo varrer um pouco da história do esporte ao longo dos seus 125 anos de história. 

Espero que tenham gostado da postagem e aprendido um pouco mais sobre o esporte. Fica o meu desejo de um ótimo Natal a todos os que se aventuram aqui lendo as minhas postagens! Muita paz, amor e felicidades para todos vocês!

Um abraço e até a próxima!


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Grata surpresa!

Olá, gente!

Finalmente consegui voltar a fazer uma postagem aqui. Fica sempre a promessa - nunca cumprida - de atualizar com mais constância este espaço!

Hoje eu vou falar um pouco do Novo Basquete Brasil, o campeonato brasileiro de basquete. Se você ainda não conhece o NBB, leia um pouco sobre o torneio neste outro post do blog. O campeonato começou há algumas semanas e já temos diversos destaques individuais e coletivos. O Flamengo, que ontem perdeu a invencibilidade para o Basquete Cearense em casa vem mostrando um basquete muito sólido, principalmente na esfera ofensiva, e se mostra como o principal time a ser batido - mais uma vez!

Uma outra equipe, porém, chamou muito a minha atenção. Pra ser muito sincero, não tinha visto jogo algum do Campo Mourão no torneio até a noite da última segunda-feira. Fui ao Ginásio Poliesportivo Henrique Villaboim para o confronto da 11ª rodada entre Pinheiros e o time paranaense. Nomes conhecidos por mim habitavam o time forasteiro, como Cauê Verzola - que seria o herói do confronto - (ex-São José e Franca Basquete) e Vinicius Pastor (ex-São José e Rio Claro). 

O Pinheiros acabou derrotado pelo Campo Mourão em seus domínios: 78 a 76.

Apesar de um início muito ruim do time sulista, com uma derrota no primeiro quarto por 28 a 17, a equipe se recuperou no segundo quarto. A defesa melhorou, forçou erros da equipe paulistana (sobretudo do perímetro) e acabou com uma desvantagem de apenas quatro pontos no intervalo.

Na volta do vestiário, com muita intensidade ofensiva, o Campo tomou a dianteira do placar. O destaque desta intensidade fica para o Cauê, que fechou o confronto com 21 pontos! Duas bolas certeiras do perímetro no minuto final da terceira etapa - a última dela no estouro do cronômetro - deixaram o time do interior paranaense com uma vantagem de seis pontos ao fim do quarto, com uma incrível parcial de 23 a 13!

A última etapa reservou emoções inesperadas. O Pinheiros buscou o empate com uma bola espirita do americano Holloway. Com a igualdade em 76 pontos, o técnico Emerson de Souza pediu tempo. Bola decisiva fica para Cauê, que realmente fazia uma partida espetacular, porém precipitara duas bolas de três pontos no minuto final. Com inteligência, o ex-atleta francano bate pra dentro e define a partida para o Campo Mourão: 78 a 76!

Coincidência ou não, o Campo Mourão já havia batido outro gigante do basquete nacional por 78 a 76 na rodada anterior: o Brasília. Longe de seus domínios o Campo já soma quatro vitórias em cinco jogos. Ao total, são seis vitórias na competição, o melhor início de um estreante vindo da divisão de acesso na história do certame!

Fica aqui o registro deste simpático time paranaense que tem tudo para aprontar neste NBB. Lembrando de times que passaram na 12ª e última posição possível para os playoffs e deram trabalho para equipes maiores (Mogi das Cruzes em 2014 e Macaé em 2015), o Campo Mourão tem tudo para se fazer presente na fase final. Resta-nos esperar o decorrer da fase regular!

Que o Campo Mourão cresça e que emerjam outras forças no nosso empobrecido basquete nacional!

Um abraço e até a próxima!