sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Sobre ídolos e o Pan de 87.

Olá, pessoal!

Já falei um pouco aqui no blog sobre a crise que vive a Confederação Brasileira de Basketball. A CBB passa por sérios problemas financeiros, estando suspensa de competições internacionais até, no mínimo, o mês de maio deste ano. Sem disputar tais competições, os clubes e as seleções do país acabam sofrendo prejuízos técnicos e financeiros.

Um outro ponto, pouco pensado quando falamos do pandemônio pelo qual passa o basquete nacional, é a mancha que fica na história de uma modalidade bicampeã mundial. A formação das novas gerações depende, ainda que indiretamente, da existência de ídolos. E cai entre nós que é muito mais gratificante para o esporte nacional quando estes ídolos nascem aqui. Ídolos, porém, se formam através de histórias incríveis como a que contarei hoje.

Quando se fala em basquete brasileiro são duas as figuras que vêm a mente da grande maioria das pessoas: Oscar Schmidt, que é recordista mundial em pontos na história da esporte da bola laranja (49.737 pontos) e a rainha Hortência, que ostenta a marca de maior pontuadora da seleção nacional (3.160 pontos). Apesar do bicampeonato mundial masculino na década de 1960, o basquete por aqui também é lembrado por um momento grandioso da seleção masculina: a medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianapolis, EUA.

Oscar e Hortência no lançamento da Nossa Liga de Basquetebol, em 2008.
Fica a promessa de um dia falar dessa Liga por aqui!

O ano era 1987. Quatro anos antes, em Caracas, o Brasil havia perdido a partida final do Pan para a equipe universitária dos EUA. Mesmo com o esporte em plena mudança, com a recente inserção da linha de três pontos, os norte-americanos continuavam com amplo domínio em competições internacionais. A hegemonia era tanta que o time universitário foi novamente convocado para os Jogos Pan-Americanos de 1987, desta vez em casa.

O retrospecto dos estadunidenses era invejável. Nunca haviam perdido uma partida sequer em seu território desde a criação da seleção nacional. Na equipe que foi ao Pan alguns nomes já se destacavam, sobretudo o de David Robinson, que atuaria posteriormente pelo San Antonio Spurs na NBA e no Dream Team das Olimpíadas de 1992 em Barcelona, ao lado de Michael Jordan.

Naquele 23 de agosto de 1987, na Market Square Arena, aproximadamente 16 mil espectadores acompanhavam o jogo crentes em mais uma vitória da seleção da casa. Em uma época onde o esporte ainda era dividido em dois tempos de 20 minutos, o time americano fechou a primeira etapa com uma vantagem de 14 pontos (68 a 54). Vale falar que a vantagem chegou aos 24 em certos períodos da etapa final. Oscar e Marcel, destaques da seleção durante toda a competição, apareciam discretos. Ambos anotaram 11 pontos nos 20 minutos iniciais.

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Oscar e Robinson travaram grande duelo no jogo.

O melhor, porém, estava reservado para os 20 minutos derradeiros. A dupla Oscar e Marcel resolveram aparecer no jogo através de um artifício pouco utilizado pelos americanos: as bolas de três pontos. Oscar acertou 6 bolas no tempo, terminando a partida com impressionantes 46 pontos (21 em bolas do perímetro). Marcel, por sua vez, fez 31 pontos no jogo. A dupla anotou 55 pontos na etapa final de jogo, sendo que a seleção terminou a partida com 66 nesta etapa.

O placar final de 120 a 115 (54 a 68) nos mostra como a partida foi aberta, ofensiva e muito disputada. A imagem de Oscar caindo ao chão e chorando após o estouro do cronômetro mostra uma emoção que só o esporte nos proporciona. Arrepia só de pensar!

Essa emoção, esses momentos e tantos outros fazem parte da história do nosso basquete. Estão lá, ninguém tira! E sabe esses personagens da postagem? Eles são ÍDOLOS agora. E por 'culpa' deles muitos de nós começamos a acompanhar, jogar e amar este esporte. Acabar com o surgimento de novos ídolos é acabar com a continuidade uma história, e é triste perceber que o esporte caminha para isso por irresponsabilidade daqueles que nunca sentiram e jamais sentirão emoções com o esporte que amamos.

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O time campeão em 1987.

A final do Pan de 87. Os últimos dois minutos valem muito a pena!

Fica a imensa torcida para que momentos como este voltem a nos proporcionar emoções, alegrias e o surgimentos de novos ídolos. E que o basquete brasileiro não morra. Nunca!

Um abraço e até a próxima!



terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Templos do basquete: o Ginásio Antônio Prado Jr.

Olá, gente!

Hoje eu resolvi fazer uma postagem apresentando um dos ginásios mais tradicionais de São Paulo, que abriga jogos do Campeonato Nacional (NBB) com grande frequência! Por se tratar de um local de fácil acesso dentro da capital, com entrada muito acessível para os jogos e alto grau de conforto, acho uma opção muito interessante para quem tiver a curiosidade de acompanhar um jogo de basquete no ginásio pela primeira vez.

O Ginásio Antônio Prado Jr., de propriedade do tradicional clube da elite paulistana Club Athletico Paulistano, possui capacidade para aproximadamente 1.500 pessoas sentadas. Com bancos de madeira distribuídos em duas arquibancadas laterais, o ginásio chama atenção pela beleza, pela proximidade da arquibancada com a quadra e, sobretudo, pelo conforto. Sanitários e bebedouros em perfeito estado de conservação atendem o ginásio.

O charme do Antônio Prado Jr., em São Paulo.

Outro ponto interessante é a localização. O clube fica nos Jardins, região nobre da cidade e bem próximo à Avenida Paulista. O trajeto a pé da estação Consolação do Metrô (Linha 2 - Verde) ao ginásio costuma levar meia hora. Há diversos ônibus que descem a Rua Augusta em direção ao ginásio (107T-10, 908T-10, 930P-10 e N307-11), reduzindo o tempo de percurso para, no máximo, 10 minutos. Para quem gosta a dica é emendar um bom passeio após os jogos noturnos, uma vez que a região é bastante movimentada.

Os jogos costumam ter um ingresso de valor simbólico. São cobrados 2 kg. de alimentos para a entrada no ginásio. Com esse valor para o ingresso e a fácil localização, o Antônio Prado Jr. se torna um local atrativo para todos aqueles que estejam interessados em conhecer um pouco mais do esporte.

Próximos jogos no Ginásio Antônio Prado Jr.

Ginásio Antônio Prado Jr.
Proprietário: Club Athletico Paulistano
Mandante: Club Athletico Paulistano
Endereço: Rua Colômbia, 77 - Jd. América - São Paulo
Telefone: (11) 3065-2070


Um abraço e até a próxima!