sábado, 8 de fevereiro de 2020

A quadra de basquetebol!

Oi, galera!


Faz um pouco de muito tempo que eu não escrevo por aqui. Descobri nestes últimos tempos que, assim como o jogo deste esporte maravilhoso que eu apresento para vocês, a vida da gente também pode mudar em 24 segundos ou menos!

Bem, vamos voltar com estilo! Vamos voltar falando sobre o local onde ocorrem os lances que nos geram as mais variadas emoções. Falar do lugar onde se criam ídolos, onde lendas nos impressionam com lances mágicos: a quadra de basquetebol! Hoje vamos conhecer um pouquinho sobre as marcações no solo para que o jogo ocorra, bem como as dimensões oficiais da cancha para competições da FIBA. Lembrando sempre que na NBA (a liga mais famosa do mundo), as regras mudam um pouco e, consequentemente, algumas medidas variam também! (Você pode saber um pouco mais das diferenças entre FIBA e NBA aqui).



Seja no parque, nos ginásios ou nas grandes arenas, é dentro de quadra que segundos entram para a história.

Bem, a primeira questão que sempre gera dúvidas: existe um material específico para que o piso da quadra seja composto? Na maioria dos jogos das grandes ligas vemos pisos de madeira com materiais superficiais para a diminuição do impacto, porém não há uma regra para o material de construção do piso. A única ressalva é que a quadra esteja em um terreno rígido, plano e livre de obstruções ou elevada umidade.

As medidas da quadra.
A quadra de basquetebol deve ser um retângulo de 28 metros de comprimento por 15 metros de largura. É importante perceber que não existe uma variação nestas medidas, eles devem ter exatamente estes valores. 


São em 420 metros quadrados que a emoção aflora.


Um detalhe muito bacana no caso do basquete é que, como a linha demarcatória indica quando o jogador pisou fora da cancha, esta deve ter uma espessura determinada também: 5 centímetros de largura para todas as linhas demarcatórias da quadra (tanto as extremas quanto as internas).

Outra coisa muito importante: deve existir um espaço entre as linhas extremas da quadra e qualquer obstáculo fixo ou móvel presente na lateral ou fundos da cancha. Esta distância não deve ser menos do que 2 metros, e isso inclui o banco de reservas.

Linha e círculo central.

A linha central da quadra deve ser paralela às linhas de fundo e com extensão de 15 metros. O centro da espessura desta linha deve estar exatamente a 14 metros de distância do início das linhas de fundo. Já o círculo central deve possuir um diâmetro de 3,6 metros, sempre com a origem no ponto central da quadra. Durante a disputa da primeira posse de bola, os jogadores não envolvidos deverão ficar fora deste círculo.

Linhas e semicírculos de lances livres.
As linhas de lance livre sempre devem ser paralelas às linhas de fundo, com distância de 5,8 metros para a linha de fundo mais próxima (viu Shaq, nem é tão longe assim!). O comprimento desta linha deve se estender por 3,6 metros. Já os semicírculos de lance livre possuem um diâmetro de 1,8 metros cada, partindo como origem sempre o ponto médio da linha de lance livre.

A área restritiva (garrafão).

Com formato de trapézio até 2010, o garrafão atualmente é uma área retangular formada por duas linhas paralelas de 4,9 metros cada uma. Estas linhas se iniciam na linha de fundo e o ponto médio da largura do garrafão deve coincidir com a origem do círculo que forma o aro da cesta. Abaixo, uma ilustração do dicaseducacaofisica.info bem detalhada do garrafão:


O interior das duas zonas restritivas devem ser pintados de uma única cor.
(Clique na imagem para ampliar!)

Linhas de três pontos.

As linhas de 3 Pontos são arcos com raio de 6,75 metros cada a partir do solo exatamente no ponto médio embaixo da cesta. A linha de 3 pontos deve ficar a 90 centímetros das linhas laterais. Lembrando sempre que a linha não faz parte da zona de três pontos! Portanto, pisou na linha, cesta de dois, não adianta chorar!


Na NBA a linha de três pontos é meio metro mais distante do aro.

Linhas de reposição de bola.

São 2 linhas de 15 centímetros de comprimento que são marcadas fora da quadra de jogo na linha lateral oposta à mesa de controle. A extremidade desta linha é situada a 8,325 metros da borda interior da linha fundo mais próxima.

Semicírculos de carga não ofensiva (semicírculos da falta de ataque).

São semicírculos nos quais não serão consideradas as cargas ofensivas e devem ser marcadas na quadra de jogo com a margem interna deles estando a 1,25 metros do ponto médio da cesta, projetado no solo. As linhas dos semicírculos de não carga fazem parte das áreas de não carga.


Uma falta de carga ofensiva nunca deverá ser marcada caso o contato do atacante com um defensor ocorra dentro do semicírculo de não carga ofensiva. 

Outras informações interessantes:

- A altura do teto ou primeira obstrução vertical deverá ser de, no mínimo, 7 metros do solo.

- A iluminação deve ser uniforme e sem feixes de luz incididos sobre o campo de visão dos jogadores.

- Existem medidas específicas para a configuração das tabelas e suportes, como mostrado abaixo:


Os suportes geralmente contêm material de espuma para amortecimento em caso de contato dos jogadores.



A tabela, geralmente de acrílico, deve ser feita de material uniforme e com demarcações visíveis.

- Os aros deverão ser constituídos de ferro sólido, com diâmetro interior de 45 cm, pintados na cor laranja. O metal dos aros será de 20 mm de diâmetro, com a adição de pequenos ganchos, na parte inferior, ou outro dispositivo semelhante, para fixar a rede. A rede deverá esta fixada ao aro durante todo o jogo, sendo necessário a sua troca no caso de avarias.



Seria este o cara que decide realmente os jogos?

Pessoal, o post hoje ficou extenso, mas espero que coração que tenha ficado bem didático. Eu usei algumas referências em inglês para fazer esta postagem, mas vou deixar aqui as duas referências em língua portuguesa que me ajudaram pra caramba hoje:

https://www.dicaseducacaofisica.info/

https://sites.google.com/site/tudosobrebasquete

Gente, um abraço e até a próxima!

sábado, 20 de abril de 2019

NBA e FIBA: as diferenças entre um mesmo esporte.

Olá, gente!


Após um longo período sem escrever aqui resolvi voltar pela necessidade em sair um pouco da rotina. E escrever sobre um esporte tão fascinante como o basquete sempre me ajudou muito nisso. Além disso, volto a postar em um ótimo momento: NBA e NBB estão em fase de playoffs e ambas as ligas se afunilam, fazendo com que os jogos peguem fogo!

Mas hoje não falarei especificamente sobre os playoffs da NBA e nem do NBB. Justamente por ter citado estas duas ligas, resolvi fazer uma postagem mais didática sobre as diferenças observadas no basquete nacional (que segue as regras da Federação Internacional de Basquetebol) e no norte-americano. Porém, não falarei aqui de aspectos técnicos (acho que cada liga possui o seu nivelamento), mas sim de regras e características da quadra e do jogo.

NBA e FIBA: detalhes diferentes para um mesmo esporte.

Antes de tudo é interessante perceber que a liga americana sempre foi pioneira em mudanças no esporte, sempre visando um jogo com maior poder ofensivo. Essa flexibilidade explica a diferença muitas vezes gritante que vemos em placares na NBA e em outras ligas, como o NBB. Duas mudanças muito importantes incorporadas pela liga americana que depois foram adotadas pela FIBA foram a inserção da linha de três pontos, em 1979, e a adoção da zona restritiva (o famoso garrafão) retangular em detrimento do trapézio, já na década de 2000.

O pioneirismo e a necessidade assumida pela NBA de aumentar o número de pontos e a qualidade do espetáculo fez com que algumas regras diferenciadas surgissem ao longo do tempo entre os dois órgãos. É legal perceber que o esporte continua sendo o mesmo, temos apenas algumas variações para uma melhor fluidez do jogo no caso da NBA. Além disso, todos os campeonatos nacionais e internacionais são regidos por regras da FIBA, inclusive campeonatos entre seleções.
  • As principais diferenças entre NBA e FIBA
1. Tempo de partida
Na liga norte-americana o jogo possui 48 minutos cronometrados, divididos em períodos de 12 minutos cada. Em caso de empate há prorrogações de 5 minutos até que se defina um vencedor. Já pelas regras da FIBA, o jogo tem duração de 40 minutos, com quatro períodos de 10 minutos. A regra no caso de empate é idêntica à da NBA. Em ambos os casos o intervalo entre o segundo e o terceiro períodos é de 15 minutos. Nas demais troca de períodos o intervalo é de 2 minutos.

2. Dimensões da quadra

A quadra da NBA é ligeiramente maior que a do basquete praticado internacionalmente. No caso da NBA a quadra é um retângulo de 28,65 x 15,24 metros. Já nas regras da FIBA a quadra é um retângulo com dimensões 28x15 metros. Outro aspecto interessante: o arco que determina a linha de três pontos possui uma diferença considerável: 7,24 m. na NBA contra 6,75 m. nas regras internacionais.

3. Exclusão de jogadores
Nas regras da FIBA a exclusão ocorre quando um jogador comete a sua quinta falta pessoal na partida. Duas faltas técnicas atribuídas ao jogador ou treinador também configuram exclusão da partida. Já na NBA o jogador é excluído na sexta falta pessoal. A regra no caso das faltas técnicas é a mesma do basquete internacional.

IMPORTANTE: Na NBA existe uma análise quando faltas excepcionais são cometidas. É o caso das faltas flagrantes, que podem ser classificadas a partir de suas gravidades e podem gerar a ejeção do jogador.

4. Limite de faltas coletivas
No basquete internacional a equipe adversária terá direito a dois lances livres após a quinta falta coletiva do time. Não entram nessa contagem as faltas duplas e nem as faltas de ataque com a posse de bola. Na NBA este número sobe para seis.

5. Bola presa
No caso de uma bola disputada entre dois jogadores de times distintos sem a definição, a NBA utiliza a bola ao ar próximo à jogada para definir a posse. Já a FIBA usa uma seta que alterna a posse após cada caso do tipo ou início de jogo e/ou quarto.

Um exemplo nada amigável de bola presa.

Algumas outras diferenças são observadas entre NBA e FIBA. O quadro a seguir, muito bem elaborado pelo Eduardo Donida, do JC, mostra mais algumas distinções entre as partidas internacionais e da NBA:

Fonte: Blog Cestinha JC
Algumas observações sobre o quadro: 
  • A FIBA já utiliza três árbitros na grande maioria das partidas oficiais.
  • O número de faltas técnicas para exclusão na FIBA caiu para duas.
  • A NBA possui tempos curtos de 20 segundos além dos padrões de 1min40s.

Deu pra perceber que são muitas diferenças, né?' No fim das contas acabamos observando um jogo mais dinâmico e rápido na NBA, com grandes pontuações e jogadas de velocidade. Já em partidas internacionais percebemos um jogo um pouco mais técnico, com pontuações menores do que os padrões da liga americana nos proporcionam.

Mesmo assim é muito bom acompanhar os jogos de ambas as ligas! O basquete proporciona emoções e sensações difíceis de explicar, sobretudo em fases decisivas como as que vivemos agora na NBA e no NBB. 

Galera, espero que a postagem de hoje tenha sido esclarecedora. Sei que ficou um pouco longa, mas o assunto realmente demanda umas linhas a mais. Não deixem de acompanhar as próximas postagens e deem uma olhada nos posts pré-históricos anteriores!

Um abraço!


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Sobre ídolos e o Pan de 87.

Olá, pessoal!

Já falei um pouco aqui no blog sobre a crise que vive a Confederação Brasileira de Basketball. A CBB passa por sérios problemas financeiros, estando suspensa de competições internacionais até, no mínimo, o mês de maio deste ano. Sem disputar tais competições, os clubes e as seleções do país acabam sofrendo prejuízos técnicos e financeiros.

Um outro ponto, pouco pensado quando falamos do pandemônio pelo qual passa o basquete nacional, é a mancha que fica na história de uma modalidade bicampeã mundial. A formação das novas gerações depende, ainda que indiretamente, da existência de ídolos. E cai entre nós que é muito mais gratificante para o esporte nacional quando estes ídolos nascem aqui. Ídolos, porém, se formam através de histórias incríveis como a que contarei hoje.

Quando se fala em basquete brasileiro são duas as figuras que vêm a mente da grande maioria das pessoas: Oscar Schmidt, que é recordista mundial em pontos na história da esporte da bola laranja (49.737 pontos) e a rainha Hortência, que ostenta a marca de maior pontuadora da seleção nacional (3.160 pontos). Apesar do bicampeonato mundial masculino na década de 1960, o basquete por aqui também é lembrado por um momento grandioso da seleção masculina: a medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianapolis, EUA.

Oscar e Hortência no lançamento da Nossa Liga de Basquetebol, em 2008.
Fica a promessa de um dia falar dessa Liga por aqui!

O ano era 1987. Quatro anos antes, em Caracas, o Brasil havia perdido a partida final do Pan para a equipe universitária dos EUA. Mesmo com o esporte em plena mudança, com a recente inserção da linha de três pontos, os norte-americanos continuavam com amplo domínio em competições internacionais. A hegemonia era tanta que o time universitário foi novamente convocado para os Jogos Pan-Americanos de 1987, desta vez em casa.

O retrospecto dos estadunidenses era invejável. Nunca haviam perdido uma partida sequer em seu território desde a criação da seleção nacional. Na equipe que foi ao Pan alguns nomes já se destacavam, sobretudo o de David Robinson, que atuaria posteriormente pelo San Antonio Spurs na NBA e no Dream Team das Olimpíadas de 1992 em Barcelona, ao lado de Michael Jordan.

Naquele 23 de agosto de 1987, na Market Square Arena, aproximadamente 16 mil espectadores acompanhavam o jogo crentes em mais uma vitória da seleção da casa. Em uma época onde o esporte ainda era dividido em dois tempos de 20 minutos, o time americano fechou a primeira etapa com uma vantagem de 14 pontos (68 a 54). Vale falar que a vantagem chegou aos 24 em certos períodos da etapa final. Oscar e Marcel, destaques da seleção durante toda a competição, apareciam discretos. Ambos anotaram 11 pontos nos 20 minutos iniciais.

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Oscar e Robinson travaram grande duelo no jogo.

O melhor, porém, estava reservado para os 20 minutos derradeiros. A dupla Oscar e Marcel resolveram aparecer no jogo através de um artifício pouco utilizado pelos americanos: as bolas de três pontos. Oscar acertou 6 bolas no tempo, terminando a partida com impressionantes 46 pontos (21 em bolas do perímetro). Marcel, por sua vez, fez 31 pontos no jogo. A dupla anotou 55 pontos na etapa final de jogo, sendo que a seleção terminou a partida com 66 nesta etapa.

O placar final de 120 a 115 (54 a 68) nos mostra como a partida foi aberta, ofensiva e muito disputada. A imagem de Oscar caindo ao chão e chorando após o estouro do cronômetro mostra uma emoção que só o esporte nos proporciona. Arrepia só de pensar!

Essa emoção, esses momentos e tantos outros fazem parte da história do nosso basquete. Estão lá, ninguém tira! E sabe esses personagens da postagem? Eles são ÍDOLOS agora. E por 'culpa' deles muitos de nós começamos a acompanhar, jogar e amar este esporte. Acabar com o surgimento de novos ídolos é acabar com a continuidade uma história, e é triste perceber que o esporte caminha para isso por irresponsabilidade daqueles que nunca sentiram e jamais sentirão emoções com o esporte que amamos.

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O time campeão em 1987.

A final do Pan de 87. Os últimos dois minutos valem muito a pena!

Fica a imensa torcida para que momentos como este voltem a nos proporcionar emoções, alegrias e o surgimentos de novos ídolos. E que o basquete brasileiro não morra. Nunca!

Um abraço e até a próxima!



terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Templos do basquete: o Ginásio Antônio Prado Jr.

Olá, gente!

Hoje eu resolvi fazer uma postagem apresentando um dos ginásios mais tradicionais de São Paulo, que abriga jogos do Campeonato Nacional (NBB) com grande frequência! Por se tratar de um local de fácil acesso dentro da capital, com entrada muito acessível para os jogos e alto grau de conforto, acho uma opção muito interessante para quem tiver a curiosidade de acompanhar um jogo de basquete no ginásio pela primeira vez.

O Ginásio Antônio Prado Jr., de propriedade do tradicional clube da elite paulistana Club Athletico Paulistano, possui capacidade para aproximadamente 1.500 pessoas sentadas. Com bancos de madeira distribuídos em duas arquibancadas laterais, o ginásio chama atenção pela beleza, pela proximidade da arquibancada com a quadra e, sobretudo, pelo conforto. Sanitários e bebedouros em perfeito estado de conservação atendem o ginásio.

O charme do Antônio Prado Jr., em São Paulo.

Outro ponto interessante é a localização. O clube fica nos Jardins, região nobre da cidade e bem próximo à Avenida Paulista. O trajeto a pé da estação Consolação do Metrô (Linha 2 - Verde) ao ginásio costuma levar meia hora. Há diversos ônibus que descem a Rua Augusta em direção ao ginásio (107T-10, 908T-10, 930P-10 e N307-11), reduzindo o tempo de percurso para, no máximo, 10 minutos. Para quem gosta a dica é emendar um bom passeio após os jogos noturnos, uma vez que a região é bastante movimentada.

Os jogos costumam ter um ingresso de valor simbólico. São cobrados 2 kg. de alimentos para a entrada no ginásio. Com esse valor para o ingresso e a fácil localização, o Antônio Prado Jr. se torna um local atrativo para todos aqueles que estejam interessados em conhecer um pouco mais do esporte.

Próximos jogos no Ginásio Antônio Prado Jr.

Ginásio Antônio Prado Jr.
Proprietário: Club Athletico Paulistano
Mandante: Club Athletico Paulistano
Endereço: Rua Colômbia, 77 - Jd. América - São Paulo
Telefone: (11) 3065-2070


Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Cestos, pêssegos e história...

Olá a todos!

Aproveitando a pausa que teremos para o Natal no NBB, resolvi fazer uma postagem mais didática hoje. Comentarei um pouco sobre a história do esporte que é tema deste blog! Para começar o nosso tour pelo tema, vou adiantar que uma fruta influenciou muito a elaboração do jogo que conhecemos como basquetebol.

A história do esporte começa a se desenhar no rigoroso inverno de 1891, em Springfield. A cidade, no estado de Massachusets (EUA), abrigava a Associação Cristã de Moços, ambiente onde se praticavam os mais diversos esportes. Os mais comuns na época, futebol americano e basebol, não podiam ser realizados em locais fechados, o que determinava uma baixa prática esportiva nos meses mais gelados. Sendo assim, o diretor da ACM incumbiu o professor de Educação Física, James Naismith, de criar um esporte atrativo ao público e que pudesse ser praticado dentro do ginásio da instituição.

James, sua bola de futebol (era a que tinha) e o cesto mais famoso do esporte.

A lenda diz que o professor teve a ideia cerne do jogo ao observar uma colheita de pêssego, fruta muito comum na região. O cesto utilizado inicialmente era originário de uma colheita da fruta, o que dá uma certa sustentação ao dito. James então iniciou um trabalho para escrever as regras mais elementares do jogo. Chegou em 13 regras, que são elas:
  1. A bola poderá ser lançada em qualquer direção, com uma ou com as duas mãos;
  2. A bola poderá ser golpeada com uma ou duas mãos em qualquer direção, mas nunca com os punhos;
  3. Os jogadores não poderão correr com a bola nas mãos. Devem lançá-la da mesma posição de onde a receberam. Pode ser concedida uma certa tolerância a um jogador que recebe a bola em movimento;
  4. A bola poderá ser segurada por uma ou por duas mãos, mas nem os braços ou outra parte do corpo poderão ser utilizados para retê-la;
  5. Será proibido golpear o adversário com os ombros, puxar, empurrar ou impedir sua movimentação. Toda infração a esta regra será falta. Em caso de repetição, o jogador reincidente será eliminado até que seja marcada uma nova cesta. Se houver a intenção de lesionar o adversário, o jogador será eliminado por todo o jogo, sem que se permita a substituição;
  6. Golpear a bola com os punhos será uma falta, como as violações descritas nas regras 3 e 4 e se aplicará a penalidade descrita na regra 5;
  7. Se uma equipe cometer três faltas consecutivas (sem que a outra equipe tenha cometido falta no mesmo lapso de tempo), um ponto será anotado em favor da equipe adversária
  8. Será considerado ponto quando a bola for lançada ao cesto e nele entrar, caindo no solo. Se a bola tocar o aro e os defensores movimentarem esse aro, será marcado um ponto para a equipe atacante;
  9. Quando a bola sair do campo ela deverá ser reposta no meio da quadra pelo mesmo jogador que a tocou para fora. Se houver dúvida o árbitro deverá lançá-la ao alto no interior do campo de jogo. O jogador terá cinco segundos para repor a bola em jogo. Se retiver a bola por mais tempo a lateral será dada à equipe adversária. Se uma equipe retardar intencionalmente o reinício do jogo será penalizada com uma falta;
  10. O árbitro principal julgará as ações dos jogadores e marcará as faltas. Quando um jogador cometer a terceira falta poderá ser desclassificado, aplicando–lhe as penalidades da regra 5;
  11. O segundo árbitro toma as decisões relacionadas à bola e indica quando ela estará em jogo, quando sai e a quem deve ser entregue. Ele será o cronometrista e decidirá se houve ponto. Será também o responsável pela contagem dos pontos;
  12. A partida será disputada em dois tempos de 15 minutos, com intervalo de 5 minutos;
  13. A equipe que marcar o maior número de pontos será declarada vencedora. Em caso de empate, a partida, em comum acordo entre os capitães poderá ser prorrogada até que novo ponto seja marcado.
É interessante perceber que um dos fundamentos de maior importância no basquete atual, o drible (ato de bater a bola contra o solo) não constava nas regras iniciais de Naismith. Com as regras descritas, em 20 de janeiro de 1892, foi realizado o primeiro jogo de basquetebol da história. As equipes foram formadas por nove jogadores cada, para um público de aproximadamente 200 pessoas. A partida terminou com o excelente placar de 1 a 0 (e você reclamando que os jogos do NBB não chegam a 100 pontos por equipe...).

As maiores dificuldade do jogo inaugural foram:

1. Muitas faltas eram cometidas. Como cada jogador que cometesse duas faltas só poderia voltar ao jogo depois de uma cesta e somente uma foi realizada durante o jogo todo, dá pra ter uma ideia de como essa partida terminou...

2. Quando a cesta foi marcada, a bola deveria ser retirada do cesto que se encontrava pendurado a 3,05 metros do solo. Uma escada foi necessária. Com o passar do tempo, pensou-se em algum método para evitar tal fadiga. Primeiramente, foi realizada uma adaptação na cesta conforme a imagem abaixo:

Felizmente perceberam que todo este trambolho era desnecessário.

Ainda no mesmo ano, chegaram a conclusão que furar o cesto na parte inferior era suficiente. E assim o fizeram:

Agora sim! Bem melhor!

Um fato interessante: os 3,05 metros de altura para o aro permanecem até hoje no basquetebol. Em um próximo post pretendo varrer um pouco da história do esporte ao longo dos seus 125 anos de história. 

Espero que tenham gostado da postagem e aprendido um pouco mais sobre o esporte. Fica o meu desejo de um ótimo Natal a todos os que se aventuram aqui lendo as minhas postagens! Muita paz, amor e felicidades para todos vocês!

Um abraço e até a próxima!


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Grata surpresa!

Olá, gente!

Finalmente consegui voltar a fazer uma postagem aqui. Fica sempre a promessa - nunca cumprida - de atualizar com mais constância este espaço!

Hoje eu vou falar um pouco do Novo Basquete Brasil, o campeonato brasileiro de basquete. Se você ainda não conhece o NBB, leia um pouco sobre o torneio neste outro post do blog. O campeonato começou há algumas semanas e já temos diversos destaques individuais e coletivos. O Flamengo, que ontem perdeu a invencibilidade para o Basquete Cearense em casa vem mostrando um basquete muito sólido, principalmente na esfera ofensiva, e se mostra como o principal time a ser batido - mais uma vez!

Uma outra equipe, porém, chamou muito a minha atenção. Pra ser muito sincero, não tinha visto jogo algum do Campo Mourão no torneio até a noite da última segunda-feira. Fui ao Ginásio Poliesportivo Henrique Villaboim para o confronto da 11ª rodada entre Pinheiros e o time paranaense. Nomes conhecidos por mim habitavam o time forasteiro, como Cauê Verzola - que seria o herói do confronto - (ex-São José e Franca Basquete) e Vinicius Pastor (ex-São José e Rio Claro). 

O Pinheiros acabou derrotado pelo Campo Mourão em seus domínios: 78 a 76.

Apesar de um início muito ruim do time sulista, com uma derrota no primeiro quarto por 28 a 17, a equipe se recuperou no segundo quarto. A defesa melhorou, forçou erros da equipe paulistana (sobretudo do perímetro) e acabou com uma desvantagem de apenas quatro pontos no intervalo.

Na volta do vestiário, com muita intensidade ofensiva, o Campo tomou a dianteira do placar. O destaque desta intensidade fica para o Cauê, que fechou o confronto com 21 pontos! Duas bolas certeiras do perímetro no minuto final da terceira etapa - a última dela no estouro do cronômetro - deixaram o time do interior paranaense com uma vantagem de seis pontos ao fim do quarto, com uma incrível parcial de 23 a 13!

A última etapa reservou emoções inesperadas. O Pinheiros buscou o empate com uma bola espirita do americano Holloway. Com a igualdade em 76 pontos, o técnico Emerson de Souza pediu tempo. Bola decisiva fica para Cauê, que realmente fazia uma partida espetacular, porém precipitara duas bolas de três pontos no minuto final. Com inteligência, o ex-atleta francano bate pra dentro e define a partida para o Campo Mourão: 78 a 76!

Coincidência ou não, o Campo Mourão já havia batido outro gigante do basquete nacional por 78 a 76 na rodada anterior: o Brasília. Longe de seus domínios o Campo já soma quatro vitórias em cinco jogos. Ao total, são seis vitórias na competição, o melhor início de um estreante vindo da divisão de acesso na história do certame!

Fica aqui o registro deste simpático time paranaense que tem tudo para aprontar neste NBB. Lembrando de times que passaram na 12ª e última posição possível para os playoffs e deram trabalho para equipes maiores (Mogi das Cruzes em 2014 e Macaé em 2015), o Campo Mourão tem tudo para se fazer presente na fase final. Resta-nos esperar o decorrer da fase regular!

Que o Campo Mourão cresça e que emerjam outras forças no nosso empobrecido basquete nacional!

Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

As principais posições do basquete.

Oi, gente!


A postagem de hoje vem de uma sugestão do Romeu - ou Roberto, para os íntimos - e é basicamente sobre as posições que os jogadores podem assumir dentro da quadra durante o jogo de basquetebol. O basquete é bastante dinâmico, sendo assim comum que os jogadores realizem um rodízio em algumas jogadas, até para uma maior chance de êxito dos ataques. As posições que eu comentarei aqui são as mais comuns dentro do jogo, sendo atribuídas aos jogadores a partir das características de suas atuações dentro da cancha.

Um esquema básico com as principais posições do basquete e suas distribuições em quadra.

Percebam que o pivô costumeiramente habita as proximidades do garrafão. Ele não foi indicado dentro da área restritiva nesse esquema devido ao fato do cuidado que esse jogador deve ter em não violar a regra dos três segundos (você pode entender um pouco mais sobre essa e outras violações aqui!). Vamos expor então alguns pontos específicos de cada posição:

Posição 1 - Armador (A), Armador Principal (AP) ou Point Guard (PG): Jogadores desta posição costumam ser habilidosos e rápidos. Essas características ajudam no jogo de transição, que é o ato de levar a bola da defesa para o ataque. A organização das jogadas de ataque passam por esse jogador, sendo assim necessária muita perícia do mesmo para escolher uma boa jogada para a situação, porém sempre em consonância com as orientações do técnico. Jogadores desta posição costumam utilizar de sua habilidade para realizar infiltrações na defesa adversária com o intuito não só de pontuar, mas também de sofrer falta dos jogadores mais lentos (posições 4 e 5, geralmente). 

Chris Paul (Los Angeles Clippers), Larry Taylor (Mogi das Cruzes) e Valtinho (Bauru Basket): exemplos de armadores posição 1.

Posição 2 - Ala Armador (AA), Escolta, Lançador ou Shooting Guard (SG): A principal característica dessa posição é a de apoio ao armador principal. Para fazer frente a uma defesa bem postada é importante que sua equipe tenha variações interessantes no ataque. O ala armador usa de sua velocidade e agilidade, na maioria dos casos, para ajudar nessa variação. Infiltrações, jogadas em velocidades e tiros de longa distância também são, usualmente, características da posição.

Alex Garcia (Bauru Basket), Kobe Bryant (ex-Los Angeles Lakers) e Shamell Stallworth (Mogi das Cruzes): típicos jogadores da posição 2.

Posição 3 - Ala (A), Lateral ou Small Forward (SF): Provavelmente a posição mais complexa de ser explicada. Apesar de atuar majoritariamente pelas laterais da quadra, o ala possui responsabilidades que transitam muito entre as atribuídas ao ala armador e ao ala pivô. Resumidamente, ele possui grande responsabilidade na briga por rebotes longos, aqueles que caem longe do aro. Além disso, necessita infiltrar ou arremessar de média e longa distância para dar variabilidade ao ataque. Atua, junto com o SG, na contenção rápida dos contra-ataques e, muitas vezes, pode ser o responsável por bloqueios em jogadores de defesa para facilitar as jogadas ofensivas.

Clarissa Carneiro (Basquete Venceslau), LeBron James (Cleveland Cavaliers) e Mogi (Club Athletico Paulistano): alas com características distintas.

Posição 4 - Ala Pivô (AP), Líbero ou Power Forward (PF): As características do jogador dessa posição podem definir muito sobre o poderio ofensivo de uma equipe. Com alas pivôs mais fortes em quadra, a tendência é de um jogo mais centrado no garrafão. Quando a equipe possui jogadores mais leves nesta posição, com grande potencial para chutes do perímetro, é comum a utilização desses jogadores mais longe do garrafão (o que alguns costumam chamar de 'quatro aberto'). Jogadores desta posição costumam ter grande responsabilidade por rebotes e jogadas internas, porém podem surpreender a defesa adversária com bolas de longa distância, sobretudo da zona morta.

Pau Gasol (San Antonio Spurs), Guiherme Teichmann (ex-Rio Claro) e Guilherme Giovanonni (UNICEUB/Cartão BRB/Brasília): jogadores da posição 4 que fazem a diferença em quadra.

Posição 5 - Pivô (P) ou Center (C): Sabe aquele jogador clássico quando se fala em basquete? Trombador, forte, alto... Ele é o pivô! É o jogador que atua próximo da cesta, com a incumbência principal de brigar pela maioria dos rebotes, bem como de atuar no jogo de um contra um dentro do garrafão em busca dos dois pontos. Pode participar de bloqueios contra a defesa, principalmente para facilitar as infiltrações dos alas e armadores. Geralmente não possuem bons índices em arremessos de três pontos, muito embora no basquete atual alguns se destaquem pela destreza também nesse fundamento.

Shaquille O'Neal (Ex-Miami Heat, Los Angeles Lakers, Phoenix Suns, entre outros), Dwight Howard (Atlanta Hawks e Superman nas horas vagas) e Caio Torres (Mogi das Cruzes): este último possui um bom aproveitamento em arremessos do perímetro.

Gente, o post de hoje acabou ficando meio longo, mas acho que ficou muito interessante pelas informações disponíveis. Espero que todos gostem e que seja útil para o entendimento do basquetebol!

Um abraço!