sábado, 29 de outubro de 2016

A arbitragem no basquetebol.

Olá, gente!

Hoje farei uma postagem mais didática. Como amo dar aulas e amo também o esporte da bola laranja, resolvi unir o útil ao agradável e falar um pouco sobre as principais regras do basquetebol. 

Falarei de elementos básicos do jogo, e hoje centrarei-me na arbitragem. Gosto sempre de fazer o link com o futebol, que é o esporte mais popular em nosso país. Diferentemente do esporte bretão, que conta com um árbitro e dois assistentes, o jogo de basquete conta com três árbitros de quadra e quatro representantes na mesa de jogo. São eles:

- Marcador: preenche o boletim de jogo, que contém os pontos marcados, as faltas pessoais e das equipes;

- Auxiliar: auxilia o marcador em suas atribuições, conferindo as suas ações;

- Cronometrista: verifica o tempo de jogo, operando o placar principal;

- Operador do relógio de vinte e quatro segundos: como cada equipe possui 24 segundos para finalizar um ataque, há um operador específico para este relógio.

Posição de cada auxiliar na mesa de jogo.

Bem, no futebol o árbitro possui uma forma principal para se fazer ver e ouvir. Essa forma atende por apito. Para auxiliar a visualização, o árbitro de futebol - ou juiz, para os íntimos - pode realizar sinais com as mãos. No basquete o apito e a sinalização com as mãos possuem valor complementar, isto é, o apito indica a ocorrência e as mãos devem descrevê-la. Qualquer ocorrência no basquete tem um sinal característico que a representa. 

Hoje falarei um pouco sobre a sinalização para as violações. Em outras postagens eu pretendo expor e explicar todas as violações, com exemplos - até aí eu pretendo me formar na faculdade e não consegui até hoje - e tudo mais.

São oito os principais tipos de violações no basquete:

- Sobrepasso (ou andada);
- Dois dribles;
- Condução ilegal;
- Violação ofensiva dos três segundos;
- Violação dos cinco segundos;
- Violação dos oito segundos;
- Violação dos vinte e quatro segundos;
- Regresso da bola para a zona defensiva.

Tais elementos são sinalizados pelos árbitros da seguinte forma:

Sinalizações para as oito principais violações do basquete.

Falando brevemente sobre cada violação:

15. O árbitro diz que o atleta andou com a bola na mão;
16. Dois dribles: o atleta parou de bater a bola e bateu novamente;
17. O atleta conduziu a bola, carregou ela por baixo em uma batida no solo muito alta;
18. Passar mais de três segundos no garrafão de ataque é violação;
19. O atleta tem cinco segundos para cobrar um lateral, bater um lance livre ou de posse da bola parado com alguém lhe marcando, se passar esse tempo o arbitro sinaliza e marca lateral para a outra equipe;
20. A equipe tem oito segundos para passar da defesa para o ataque;
21. A equipe tem 24 segundos para tentar um arremesso a cesta e a bola deve tocar no aro para validar esse tempo;
22. Ao passar para o ataque a equipe não pode voltar a bola para a defesa.

Já deu pra perceber que o jogo é bem mais complexo e dinâmico que o futebol nosso de cada dia, não é? Justamente por esse motivo é requerida a presença de três árbitros em quadra, uma vez que os lances ocorrem de forma rápida e dinâmica.

Futuramente falarei um pouco sobre cada uma dessas violações e acerca do posicionamento dos árbitros em quadra. Mais pra frente pretendo falar também da quadra de jogo e suas características.

Espero ajudar bastante no entendimento desse esporte tão emocionante!

Um abraço!



sexta-feira, 28 de outubro de 2016

É CAMPEÃO!

Gente...

Que jogo! Que ambiente! Que ginásio! Que torcida! 


Hoje foi uma daquelas noites pra levar na mente por muitos e muitos anos. A noite da consagração de um projeto que uma cidade abraçou com muito carinho. O Mogi das Cruzes Basquete/Helbor sagrou-se campeão paulista de 2016 ao suplantar o Bauru Basket/Gocil por 69 a 61!



E nós estávamos lá!

Mas olha, não foi nada fácil. O Bauru começou marcando muito bem, com muita vantagem no cinco contra cinco. Rafael Hettsheimer estava bem na defesa e no ataque, ganhando com sobras o confronto com Caio Torres, que aparecia muito, mas muito mal no ataque. A entrada de Gerson e uma defesa mais fixa no poste baixo corrigiu esse problema, e Mogi conseguiu sair do primeiro quarto com uma desvantagem considerável, mas nada de outro mundo: 19 a 12.

Com uma melhora significativa nos arremessos de quadra e uma série de erros da equipe do interior, o Mogi conseguiu uma boa recuperação no segundo quarto, indo para os vestiários com apenas um ponto de desvantagem: 29 a 28.

Terceiro quarto e jogo muito nervoso. Alex começava a chamar a responsabilidade - foram 25 pontos (9/21 FG) e 12 rebotes do Brabo na partida - e nada da marcação mogiana encaixar em definitivo. Guerrinha alternava estilos, mas nenhum surtia efeito frente ao ataque bauruense. Felizmente, estávamos fazendo o feijão com arroz a atacando com cadência. Quarto empatado e Mogi perdia por um ponto no fim do terceiro período: 47 a 46.

Agora vem o meu destaque. Uma formação baixa e improvável que acertou a defesa mogiana, acelerou o ataque e causou precipitação no Bauru. O time do Alto Tietê iniciou o último quarto assim: Elinho, Larry Taylor, Filipin, Shamell e Tyrone. Ty jogando na posição 5 e batendo de frente com Hett em uma marcação individual.

A formação que abriu caminho para o título. E essa bola do Shamell caiu? Não!

Com essa formação em quadra foram 3 min. e 51 seg. Mogi levou a melhor nesse tempo com 9x6. Aí você deve me perguntar: Nossa, mas foram só três pontos de diferença, e daí? Sim, eu concordo. Mas nesse período o Bauru desperdiçou 5 ataques, com jogadas precipitadas de seus principais atletas - Alex e Hett, que vinham muito bem até aqui - e descontrole emocional do lado interiorano por esses erros.

Depois disso brilhou a estrela de Filipin. Merecidamente, coube a ele com bolas de três e lances livres no fim corroborar a festa mogiana. Larry fechou o caixão bauruense e colocou fim ao jejum de 20 anos do Mogi.

As duas conclusões desta noite:

- Nunca desdenhe de um time baixo no basquete, muitas vezes ele é necessário;

- Gritar 'É campeão!' é bom demais!


Mogi das Cruzes, bicampeão paulista de baquete! (1996 e 2016)

Destaques interessantes:

- Jefferson Willian (BAU): chutou 14 bolas de 3 pontos nas finais. Acertou no máximo o aro em todas: 0%.

- Guilherme Filipin (MOG): acertou 4 tentativas de três pontos das sete que realizou. Foi preciso no momento certo.

- Alex Garcia (BAU): fez 25 pontos e pegou 12 rebotes, sendo 4 ofensivos. Um monstro.

- Shamell Stallworth (MOG): 19 pontos, 11 rebotes e 2 assistências no jogo final. Cestinha do campeonato e MVP das finais. 

Um abraço!



quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Vinte anos em quarenta minutos!

Olha, para um blog onde eu prometi escrever bastante, até que isso aqui tá bem parado. E não foi por falta de basquete nesse ano que se passou não. NBA, NBB, Paulista, LSB e LDA estão firmes e fortes. O problema foi o tempo e o ânimo mesmo. Acabei indo menos aos jogos, e acho muito mais legal acompanhar do ginásio, ver de perto os erros da arbitragem e a reação dos técnicos nos pedidos de tempo.

Mas olha, eu voltei a escrever por um bom motivo. O Mogi está na final da Paulista e quinta teremos a consagração após 20 anos ou a ansiedade de um jogo 3 repleto de suspense. Sobre o jogo 1 da série, lá no acanhado Ginásio Panela de Pressão, dá pra dizer que foi uma guerra - como já esperávamos - vencida nos detalhes pelo time do Alto Tietê. Um desses detalhes foi crucial e atende por marcação por zona.


O Mogi começou o jogo nervoso no ataque, precipitando e tomando bolas fáceis na defesa. Se passaram 3 minutos e meio de jogo e o placar assustava: Bauru 9-0 Mogi. Guerrinha pede tempo. Mais equilibrado no ataque, o time ganha fôlego, acerta a defesa e equilibra o jogo. E essa foi a tônica do jogo até os instantes finais. 


Mas e a marcação por zona?

Pois é. Pra falar de como essa estratégia deu certo, usarei como exemplo um jogador bauruense que costuma decidir: Jefferson Willian. Ele teve a liberdade de chutar DEZ bolas do perímetro. Não acertou nenhuma. A mais dura pra ele certamente foi a última, com 2.95 seg. no relógio, quando o camisa 11 do Bauru teve a liberdade de arremessar a bola da prorrogação. Parou no aro, pra sorte mogiana.


Para o jogo de quinta, que será outra guerra:


- Precisamos melhorar o nosso índice nos rebotes defensivos. Bauru aproveitou muito os pontos de segunda chance, mantendo o jogo equilibrado até o final;


- A nossa defesa tem que tomar um cuidado maior com bolas do perímetro, sobretudo em jogadas de fundo bola. Jefferson caiu livre para um arremesso equilibrado por um erro na troca entre Tyrone e Caio Torres;


- Precisamos manter a calma. O exemplo da final do ano passado está aí pra nos provar isso!


Quinta estarei no Hugão gritando muito pelo meu time, esperando um jogo técnico, aguerrido e pacífico dentro e fora das quatro linhas!


Que a sorte continue conosco e que 2016 seja o novo 1996!


(E fica a promessa de atualizar isso aqui decentemente!)



Um abraço!