sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Até quando esperar?

Olá, gente.


No último post eu falei um pouco sobre o Novo Basquete Brasil. Tentei expor o básico do campeonato que começa no próximo sábado. Durante a postagem eu comentei sobre a desistência do time de Rio Claro. A equipe de interior vinha com um projeto muito legal, que trouxe de volta o torcedor ao Ginásio Felipe Karan, sobretudo no campeonato paulista desse ano. A falta de patrocinadores, aliada aos novos rumos da prefeitura do município paulista fizeram com o que projeto tivesse que ser interrompido.

Ginásio Felipe Karan lotado em partida do Rio Claro.

O basquete brasileiro possui algumas características muito peculiares. Como não há grandes cotas de televisão aos clubes, os mesmos procuram se manter através de patrocinadores e apoio de prefeituras. Obviamente que clubes como Flamengo, Vasco e Paulistano possuem um quadro de sócios, com um departamento exclusivo para o basquete, possuindo assim maior facilidade para continuar com as suas atividades. Mesmo assim, temos um fato bem curioso: desde que se começou a disputar um campeonato nacional da modalidade, em 1965 com a Taça Brasil, somente um clube brasileiro nunca fechou as portas para o basquete. Este clube é o Franca Basquetebol Clube (SP).

Todos os outros times participantes já tiveram, em algum momento, de fechar as portas para o basquete. Os motivos? Visibilidade reduzida, falta de investimentos, patrocinadores e apoiadores, polêmicas envolvendo os clubes, federações e confederações, entre outros. Dessa forma já podemos perceber que grande parte do problema do esporte no país se dá por uma questão financeira, de apoio para a modalidade.

Vou me restringir agora ao NBB. Criado em 2009, o campeonato cresceu muito em visibilidade nos últimos anos. Porém, é triste perceber que, desde sua criação, nada menos do que 15 equipes abandonaram a Liga. A grande maioria pelas questões financeiras apontadas anteriormente. São elas:

- Tijuca (RJ);
- Palmeiras (SP);
- Suzano (SP);
- São José dos Campos (SP);
- Araraquara (SP);
- Assis (SP);
- Uberlândia (MG);
- Vitória (ES);
- Lajeado (RS);
- Vila Velha (ES);
- Joinville (SC);
- Limeira (SP);
- Londrina (PR);
- Goiânia (GO);
- Rio Claro (SP).

Isso mesmo, gente. Daria pra formar uma nova Liga só com os times que abandonaram o campeonato desde a sua formação. O apoio ao esporte no Brasil cresceu nos últimos anos, mas ainda é ínfimo para se pensar em uma liga realmente forte, com visibilidade nacional e internacional. Mas qual o motivo de um investimento tão baixo por parte de patrocinadores em um esporte olímpico, conhecido por muita gente e que já trouxe dois campeonatos mundiais para o Brasil (1959 e 1963)?

Justamente o último ponto de nossa pergunta pode ser o pontapé inicial para a nossa resposta. A visibilidade do esporte no âmbito nacional depende muito da seleção. Todo brasileiro gosta de torcer pela seleção. Se a seleção não obtém bons resultados, ele simplesmente não se interessa por conhecer o campeonato nacional de clubes. Sem interesse da massa, as emissoras e patrocinadores veem um grande risco de investimento, uma vez que o retorno não é garantido. É claro que a crise econômica - motivo universal para falta de dinheiro em nosso país - também afeta o esporte.

A volta do NBB para a TV aberta - este ano na BAND - é um passo gigantesco. Mas precisamos de mais! Mais qualidade na gestão de nossas seleções, mais respeito aos clubes que se aventuram em apoiar a modalidade, mais campeonatos de base e mais clareza nas ações da CBB.


BAND e LNB: uma parceria que tem tudo pra dar resultados.

Ah, precisamos de menos também: menos - de preferência nenhuma - corrupção em todas as esferas do esporte, para garantir que o pouco dinheiro reservado para a modalidade seja, de fato, aplicado nela.


Até quando esperar por um cenário digno de esporte bicampeão mundial para o basquete no Brasil?

Um abraço!


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