sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Cestos, pêssegos e história...

Olá a todos!

Aproveitando a pausa que teremos para o Natal no NBB, resolvi fazer uma postagem mais didática hoje. Comentarei um pouco sobre a história do esporte que é tema deste blog! Para começar o nosso tour pelo tema, vou adiantar que uma fruta influenciou muito a elaboração do jogo que conhecemos como basquetebol.

A história do esporte começa a se desenhar no rigoroso inverno de 1891, em Springfield. A cidade, no estado de Massachusets (EUA), abrigava a Associação Cristã de Moços, ambiente onde se praticavam os mais diversos esportes. Os mais comuns na época, futebol americano e basebol, não podiam ser realizados em locais fechados, o que determinava uma baixa prática esportiva nos meses mais gelados. Sendo assim, o diretor da ACM incumbiu o professor de Educação Física, James Naismith, de criar um esporte atrativo ao público e que pudesse ser praticado dentro do ginásio da instituição.

James, sua bola de futebol (era a que tinha) e o cesto mais famoso do esporte.

A lenda diz que o professor teve a ideia cerne do jogo ao observar uma colheita de pêssego, fruta muito comum na região. O cesto utilizado inicialmente era originário de uma colheita da fruta, o que dá uma certa sustentação ao dito. James então iniciou um trabalho para escrever as regras mais elementares do jogo. Chegou em 13 regras, que são elas:
  1. A bola poderá ser lançada em qualquer direção, com uma ou com as duas mãos;
  2. A bola poderá ser golpeada com uma ou duas mãos em qualquer direção, mas nunca com os punhos;
  3. Os jogadores não poderão correr com a bola nas mãos. Devem lançá-la da mesma posição de onde a receberam. Pode ser concedida uma certa tolerância a um jogador que recebe a bola em movimento;
  4. A bola poderá ser segurada por uma ou por duas mãos, mas nem os braços ou outra parte do corpo poderão ser utilizados para retê-la;
  5. Será proibido golpear o adversário com os ombros, puxar, empurrar ou impedir sua movimentação. Toda infração a esta regra será falta. Em caso de repetição, o jogador reincidente será eliminado até que seja marcada uma nova cesta. Se houver a intenção de lesionar o adversário, o jogador será eliminado por todo o jogo, sem que se permita a substituição;
  6. Golpear a bola com os punhos será uma falta, como as violações descritas nas regras 3 e 4 e se aplicará a penalidade descrita na regra 5;
  7. Se uma equipe cometer três faltas consecutivas (sem que a outra equipe tenha cometido falta no mesmo lapso de tempo), um ponto será anotado em favor da equipe adversária
  8. Será considerado ponto quando a bola for lançada ao cesto e nele entrar, caindo no solo. Se a bola tocar o aro e os defensores movimentarem esse aro, será marcado um ponto para a equipe atacante;
  9. Quando a bola sair do campo ela deverá ser reposta no meio da quadra pelo mesmo jogador que a tocou para fora. Se houver dúvida o árbitro deverá lançá-la ao alto no interior do campo de jogo. O jogador terá cinco segundos para repor a bola em jogo. Se retiver a bola por mais tempo a lateral será dada à equipe adversária. Se uma equipe retardar intencionalmente o reinício do jogo será penalizada com uma falta;
  10. O árbitro principal julgará as ações dos jogadores e marcará as faltas. Quando um jogador cometer a terceira falta poderá ser desclassificado, aplicando–lhe as penalidades da regra 5;
  11. O segundo árbitro toma as decisões relacionadas à bola e indica quando ela estará em jogo, quando sai e a quem deve ser entregue. Ele será o cronometrista e decidirá se houve ponto. Será também o responsável pela contagem dos pontos;
  12. A partida será disputada em dois tempos de 15 minutos, com intervalo de 5 minutos;
  13. A equipe que marcar o maior número de pontos será declarada vencedora. Em caso de empate, a partida, em comum acordo entre os capitães poderá ser prorrogada até que novo ponto seja marcado.
É interessante perceber que um dos fundamentos de maior importância no basquete atual, o drible (ato de bater a bola contra o solo) não constava nas regras iniciais de Naismith. Com as regras descritas, em 20 de janeiro de 1892, foi realizado o primeiro jogo de basquetebol da história. As equipes foram formadas por nove jogadores cada, para um público de aproximadamente 200 pessoas. A partida terminou com o excelente placar de 1 a 0 (e você reclamando que os jogos do NBB não chegam a 100 pontos por equipe...).

As maiores dificuldade do jogo inaugural foram:

1. Muitas faltas eram cometidas. Como cada jogador que cometesse duas faltas só poderia voltar ao jogo depois de uma cesta e somente uma foi realizada durante o jogo todo, dá pra ter uma ideia de como essa partida terminou...

2. Quando a cesta foi marcada, a bola deveria ser retirada do cesto que se encontrava pendurado a 3,05 metros do solo. Uma escada foi necessária. Com o passar do tempo, pensou-se em algum método para evitar tal fadiga. Primeiramente, foi realizada uma adaptação na cesta conforme a imagem abaixo:

Felizmente perceberam que todo este trambolho era desnecessário.

Ainda no mesmo ano, chegaram a conclusão que furar o cesto na parte inferior era suficiente. E assim o fizeram:

Agora sim! Bem melhor!

Um fato interessante: os 3,05 metros de altura para o aro permanecem até hoje no basquetebol. Em um próximo post pretendo varrer um pouco da história do esporte ao longo dos seus 125 anos de história. 

Espero que tenham gostado da postagem e aprendido um pouco mais sobre o esporte. Fica o meu desejo de um ótimo Natal a todos os que se aventuram aqui lendo as minhas postagens! Muita paz, amor e felicidades para todos vocês!

Um abraço e até a próxima!


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Grata surpresa!

Olá, gente!

Finalmente consegui voltar a fazer uma postagem aqui. Fica sempre a promessa - nunca cumprida - de atualizar com mais constância este espaço!

Hoje eu vou falar um pouco do Novo Basquete Brasil, o campeonato brasileiro de basquete. Se você ainda não conhece o NBB, leia um pouco sobre o torneio neste outro post do blog. O campeonato começou há algumas semanas e já temos diversos destaques individuais e coletivos. O Flamengo, que ontem perdeu a invencibilidade para o Basquete Cearense em casa vem mostrando um basquete muito sólido, principalmente na esfera ofensiva, e se mostra como o principal time a ser batido - mais uma vez!

Uma outra equipe, porém, chamou muito a minha atenção. Pra ser muito sincero, não tinha visto jogo algum do Campo Mourão no torneio até a noite da última segunda-feira. Fui ao Ginásio Poliesportivo Henrique Villaboim para o confronto da 11ª rodada entre Pinheiros e o time paranaense. Nomes conhecidos por mim habitavam o time forasteiro, como Cauê Verzola - que seria o herói do confronto - (ex-São José e Franca Basquete) e Vinicius Pastor (ex-São José e Rio Claro). 

O Pinheiros acabou derrotado pelo Campo Mourão em seus domínios: 78 a 76.

Apesar de um início muito ruim do time sulista, com uma derrota no primeiro quarto por 28 a 17, a equipe se recuperou no segundo quarto. A defesa melhorou, forçou erros da equipe paulistana (sobretudo do perímetro) e acabou com uma desvantagem de apenas quatro pontos no intervalo.

Na volta do vestiário, com muita intensidade ofensiva, o Campo tomou a dianteira do placar. O destaque desta intensidade fica para o Cauê, que fechou o confronto com 21 pontos! Duas bolas certeiras do perímetro no minuto final da terceira etapa - a última dela no estouro do cronômetro - deixaram o time do interior paranaense com uma vantagem de seis pontos ao fim do quarto, com uma incrível parcial de 23 a 13!

A última etapa reservou emoções inesperadas. O Pinheiros buscou o empate com uma bola espirita do americano Holloway. Com a igualdade em 76 pontos, o técnico Emerson de Souza pediu tempo. Bola decisiva fica para Cauê, que realmente fazia uma partida espetacular, porém precipitara duas bolas de três pontos no minuto final. Com inteligência, o ex-atleta francano bate pra dentro e define a partida para o Campo Mourão: 78 a 76!

Coincidência ou não, o Campo Mourão já havia batido outro gigante do basquete nacional por 78 a 76 na rodada anterior: o Brasília. Longe de seus domínios o Campo já soma quatro vitórias em cinco jogos. Ao total, são seis vitórias na competição, o melhor início de um estreante vindo da divisão de acesso na história do certame!

Fica aqui o registro deste simpático time paranaense que tem tudo para aprontar neste NBB. Lembrando de times que passaram na 12ª e última posição possível para os playoffs e deram trabalho para equipes maiores (Mogi das Cruzes em 2014 e Macaé em 2015), o Campo Mourão tem tudo para se fazer presente na fase final. Resta-nos esperar o decorrer da fase regular!

Que o Campo Mourão cresça e que emerjam outras forças no nosso empobrecido basquete nacional!

Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

As principais posições do basquete.

Oi, gente!


A postagem de hoje vem de uma sugestão do Romeu - ou Roberto, para os íntimos - e é basicamente sobre as posições que os jogadores podem assumir dentro da quadra durante o jogo de basquetebol. O basquete é bastante dinâmico, sendo assim comum que os jogadores realizem um rodízio em algumas jogadas, até para uma maior chance de êxito dos ataques. As posições que eu comentarei aqui são as mais comuns dentro do jogo, sendo atribuídas aos jogadores a partir das características de suas atuações dentro da cancha.

Um esquema básico com as principais posições do basquete e suas distribuições em quadra.

Percebam que o pivô costumeiramente habita as proximidades do garrafão. Ele não foi indicado dentro da área restritiva nesse esquema devido ao fato do cuidado que esse jogador deve ter em não violar a regra dos três segundos (você pode entender um pouco mais sobre essa e outras violações aqui!). Vamos expor então alguns pontos específicos de cada posição:

Posição 1 - Armador (A), Armador Principal (AP) ou Point Guard (PG): Jogadores desta posição costumam ser habilidosos e rápidos. Essas características ajudam no jogo de transição, que é o ato de levar a bola da defesa para o ataque. A organização das jogadas de ataque passam por esse jogador, sendo assim necessária muita perícia do mesmo para escolher uma boa jogada para a situação, porém sempre em consonância com as orientações do técnico. Jogadores desta posição costumam utilizar de sua habilidade para realizar infiltrações na defesa adversária com o intuito não só de pontuar, mas também de sofrer falta dos jogadores mais lentos (posições 4 e 5, geralmente). 

Chris Paul (Los Angeles Clippers), Larry Taylor (Mogi das Cruzes) e Valtinho (Bauru Basket): exemplos de armadores posição 1.

Posição 2 - Ala Armador (AA), Escolta, Lançador ou Shooting Guard (SG): A principal característica dessa posição é a de apoio ao armador principal. Para fazer frente a uma defesa bem postada é importante que sua equipe tenha variações interessantes no ataque. O ala armador usa de sua velocidade e agilidade, na maioria dos casos, para ajudar nessa variação. Infiltrações, jogadas em velocidades e tiros de longa distância também são, usualmente, características da posição.

Alex Garcia (Bauru Basket), Kobe Bryant (ex-Los Angeles Lakers) e Shamell Stallworth (Mogi das Cruzes): típicos jogadores da posição 2.

Posição 3 - Ala (A), Lateral ou Small Forward (SF): Provavelmente a posição mais complexa de ser explicada. Apesar de atuar majoritariamente pelas laterais da quadra, o ala possui responsabilidades que transitam muito entre as atribuídas ao ala armador e ao ala pivô. Resumidamente, ele possui grande responsabilidade na briga por rebotes longos, aqueles que caem longe do aro. Além disso, necessita infiltrar ou arremessar de média e longa distância para dar variabilidade ao ataque. Atua, junto com o SG, na contenção rápida dos contra-ataques e, muitas vezes, pode ser o responsável por bloqueios em jogadores de defesa para facilitar as jogadas ofensivas.

Clarissa Carneiro (Basquete Venceslau), LeBron James (Cleveland Cavaliers) e Mogi (Club Athletico Paulistano): alas com características distintas.

Posição 4 - Ala Pivô (AP), Líbero ou Power Forward (PF): As características do jogador dessa posição podem definir muito sobre o poderio ofensivo de uma equipe. Com alas pivôs mais fortes em quadra, a tendência é de um jogo mais centrado no garrafão. Quando a equipe possui jogadores mais leves nesta posição, com grande potencial para chutes do perímetro, é comum a utilização desses jogadores mais longe do garrafão (o que alguns costumam chamar de 'quatro aberto'). Jogadores desta posição costumam ter grande responsabilidade por rebotes e jogadas internas, porém podem surpreender a defesa adversária com bolas de longa distância, sobretudo da zona morta.

Pau Gasol (San Antonio Spurs), Guiherme Teichmann (ex-Rio Claro) e Guilherme Giovanonni (UNICEUB/Cartão BRB/Brasília): jogadores da posição 4 que fazem a diferença em quadra.

Posição 5 - Pivô (P) ou Center (C): Sabe aquele jogador clássico quando se fala em basquete? Trombador, forte, alto... Ele é o pivô! É o jogador que atua próximo da cesta, com a incumbência principal de brigar pela maioria dos rebotes, bem como de atuar no jogo de um contra um dentro do garrafão em busca dos dois pontos. Pode participar de bloqueios contra a defesa, principalmente para facilitar as infiltrações dos alas e armadores. Geralmente não possuem bons índices em arremessos de três pontos, muito embora no basquete atual alguns se destaquem pela destreza também nesse fundamento.

Shaquille O'Neal (Ex-Miami Heat, Los Angeles Lakers, Phoenix Suns, entre outros), Dwight Howard (Atlanta Hawks e Superman nas horas vagas) e Caio Torres (Mogi das Cruzes): este último possui um bom aproveitamento em arremessos do perímetro.

Gente, o post de hoje acabou ficando meio longo, mas acho que ficou muito interessante pelas informações disponíveis. Espero que todos gostem e que seja útil para o entendimento do basquetebol!

Um abraço!





terça-feira, 15 de novembro de 2016

Alley-oop!

Olá, gente!

Estou muito contente por conseguir manter uma constância de postagens aqui. Sinto-me muito bem em poder escrever sobre algo que gosto, e mesmo que poucas pessoas leiam, acho muito legal a oportunidade de, no meu tempo livre, aprender a escrever um pouco melhor.

Hoje a postagem será bem simples, mas aposto que será um aprendizado certo para quem se atrever a abrir o blog. A Natália, uma amiga minha da faculdade, me perguntou esses dias qual o significado - se é que exista um - do endereço do blog. Em outras palavras: 'Que diabos é alley-oop, Paulo?'

Bem, antes de falar o motivo da escolha, falarei um pouco sobre o termo. Alley-oop é uma jogada plástica do basquete que, na maioria das vezes, termina em uma enterrada. A jogada consiste basicamente em um passe em elevação de um jogador para o outro (pode ser realizada por um único jogador, com o auxílio da tabela, como neste caso). O jogador que recebe o passe geralmente encerra a jogada com uma enterrada, podendo também completar com um leve toque para a cesta - neste caso a jogada perde em plasticidade, mas continua sendo muito útil.

O passe pode sair de qualquer lugar, inclusive numa cobrança fora da quadra.

No Brasil a jogada é conhecida como ponte aérea. A expressão alley-oop não possui uma tradução. Na verdade ela nem se originou no universo do basquete, mas sim no circo (pois é, no circo!). A expressão é derivada do francês 'allez hop', que eram os dizeres do acrobata para a plateia antes de um salto muito grande.

A expressão surgiu para o esporte no futebol americano, em um jogo na década de 1950. Foi utilizada para se referir a um passe alto e muito largo. A semelhança com esse passe na jogada do basquete fez com o que o termo migrasse de esporte, se tornando símbolo de beleza no esporte da bola laranja.

Uma seleção com as melhores pontes aéreas - ou alley-oops - do NBB da última temporada.

Vendo o vídeo é possível perceber que a jogada pode variar bastante. O uso da tabela é permitido, bem como uma finalização para empolgar a torcida. Adotei esse nome para o blog justamente pela beleza dessa jogada. É impossível ficar sentado no ginásio ao ver uma ponte aérea do seu time. Da mesma forma, certamente você colocará as mãos na cabeça quando ela for realizada pelo time adversário.

Mais algumas alley-oops (agora na NBA)!


Um abraço!

O Tamanduá chegou! E trouxe a conta.

Olha, eu adoro a música brasileira. Posso fazer um post só sobre os autores e cantores que ouço quase que diariamente. Mas calma, este ainda é um blog sobre basquete...

Hoje, quando li a notícia da suspensão da Confederação Brasileira de Basquete de competições organizadas pela FIBA (Federação Internacional de Basquete), tocava em meu fone de ouvido uma grande obra de Tim Maia e Ivan Lins: Formigueiro. Interpretei isso como mais que uma coincidência, mas como um sinal.


Avisem a CBB: a conta chegou!

Gente, a CBB se tornou uma verdadeira bagunça desde a primeira gestão do ex-presidente Grego. O maior episódio dessa desorganização foi o Campeonato Brasileiro de Basquete de 2006, que por entraves na justiça comum acabou sem campeão. Imaginem comigo agora a seguinte cena: você é patrocinador, investe em um esporte, disputa um campeonato e no fim não há um premiado. Você investiria novamente a sua marca em uma baderna dessa? Imagino que não.

Por sorte, após alguns anos de idas e voltas, houve a consolidação de uma Liga mantida e organizada pelos clubes, o que afastou a CBB do campeonato nacional e deu gás ao Novo Basquete Brasil.

Todavia, na tarde de ontem, o formigueiro da CBB recebeu a visita de um tamanduá. O motivo da visita? Problemas na gestão da entidade, no pagamento de dívidas e até na organização de campeonatos internacionais, como consta abaixo:

Só eu acho que o pessoal da FIBA poderia aprender a usar a ferramenta para justificar o texto?

Em sumo: a FIBA resolveu tomar uma atitude drástica em relação ao formigueiro sem dono que virou a CBB. Muito em parte pelo prejuízo que levou com a venda da vaga olímpica ao Brasil em 2016, nos jogos do Rio de Janeiro.

Quem perde com isso? 

Em primeiro plano, os clubes brasileiros que disputariam a Liga das Américas 2017 (a Libertadores do basquete). Bauru Basket e CR Flamengo estão impedidos, até segunda ordem, de disputar a competição. Lembram da fuga de patrocinadores que evidenciei anteriormente? Pode acontecer novamente, com um grande álibi.

Em segundo plano, o Mogi das Cruzes, que disputa a final da Liga Sul-Americana de Basquete. Em caso de título, o time não poderá usufruir do maior prêmio da competição: a vaga na Liga das Américas.

Em um plano muito, mas muito superior aos dois citados, perde o basquete brasileiro, que já se vê atrasado em diversos pontos - estruturais, táticos e técnicos - em relação ao basquete internacional. Este tempo de 'molho' só tende a piorar as coisas, infelizmente!

 
Seleção nacional também é afetada com a suspensão.

Ah, fica o link aqui pra quem quiser ouvir a música que foi pano de fundo desse post!

Um abraço!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Até quando esperar?

Olá, gente.


No último post eu falei um pouco sobre o Novo Basquete Brasil. Tentei expor o básico do campeonato que começa no próximo sábado. Durante a postagem eu comentei sobre a desistência do time de Rio Claro. A equipe de interior vinha com um projeto muito legal, que trouxe de volta o torcedor ao Ginásio Felipe Karan, sobretudo no campeonato paulista desse ano. A falta de patrocinadores, aliada aos novos rumos da prefeitura do município paulista fizeram com o que projeto tivesse que ser interrompido.

Ginásio Felipe Karan lotado em partida do Rio Claro.

O basquete brasileiro possui algumas características muito peculiares. Como não há grandes cotas de televisão aos clubes, os mesmos procuram se manter através de patrocinadores e apoio de prefeituras. Obviamente que clubes como Flamengo, Vasco e Paulistano possuem um quadro de sócios, com um departamento exclusivo para o basquete, possuindo assim maior facilidade para continuar com as suas atividades. Mesmo assim, temos um fato bem curioso: desde que se começou a disputar um campeonato nacional da modalidade, em 1965 com a Taça Brasil, somente um clube brasileiro nunca fechou as portas para o basquete. Este clube é o Franca Basquetebol Clube (SP).

Todos os outros times participantes já tiveram, em algum momento, de fechar as portas para o basquete. Os motivos? Visibilidade reduzida, falta de investimentos, patrocinadores e apoiadores, polêmicas envolvendo os clubes, federações e confederações, entre outros. Dessa forma já podemos perceber que grande parte do problema do esporte no país se dá por uma questão financeira, de apoio para a modalidade.

Vou me restringir agora ao NBB. Criado em 2009, o campeonato cresceu muito em visibilidade nos últimos anos. Porém, é triste perceber que, desde sua criação, nada menos do que 15 equipes abandonaram a Liga. A grande maioria pelas questões financeiras apontadas anteriormente. São elas:

- Tijuca (RJ);
- Palmeiras (SP);
- Suzano (SP);
- São José dos Campos (SP);
- Araraquara (SP);
- Assis (SP);
- Uberlândia (MG);
- Vitória (ES);
- Lajeado (RS);
- Vila Velha (ES);
- Joinville (SC);
- Limeira (SP);
- Londrina (PR);
- Goiânia (GO);
- Rio Claro (SP).

Isso mesmo, gente. Daria pra formar uma nova Liga só com os times que abandonaram o campeonato desde a sua formação. O apoio ao esporte no Brasil cresceu nos últimos anos, mas ainda é ínfimo para se pensar em uma liga realmente forte, com visibilidade nacional e internacional. Mas qual o motivo de um investimento tão baixo por parte de patrocinadores em um esporte olímpico, conhecido por muita gente e que já trouxe dois campeonatos mundiais para o Brasil (1959 e 1963)?

Justamente o último ponto de nossa pergunta pode ser o pontapé inicial para a nossa resposta. A visibilidade do esporte no âmbito nacional depende muito da seleção. Todo brasileiro gosta de torcer pela seleção. Se a seleção não obtém bons resultados, ele simplesmente não se interessa por conhecer o campeonato nacional de clubes. Sem interesse da massa, as emissoras e patrocinadores veem um grande risco de investimento, uma vez que o retorno não é garantido. É claro que a crise econômica - motivo universal para falta de dinheiro em nosso país - também afeta o esporte.

A volta do NBB para a TV aberta - este ano na BAND - é um passo gigantesco. Mas precisamos de mais! Mais qualidade na gestão de nossas seleções, mais respeito aos clubes que se aventuram em apoiar a modalidade, mais campeonatos de base e mais clareza nas ações da CBB.


BAND e LNB: uma parceria que tem tudo pra dar resultados.

Ah, precisamos de menos também: menos - de preferência nenhuma - corrupção em todas as esferas do esporte, para garantir que o pouco dinheiro reservado para a modalidade seja, de fato, aplicado nela.


Até quando esperar por um cenário digno de esporte bicampeão mundial para o basquete no Brasil?

Um abraço!


terça-feira, 1 de novembro de 2016

Que os jogos comecem!

Olá!


É muito interessante que os esportes coletivos tenham competições nacionais para exposição da modalidade e dos clubes praticantes. No futebol, temos o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. No voleibol, a Superliga é o campeonato nacional da modalidade. Hoje eu vou falar um pouco do campeonato nacional de basquete, o Novo Basquete Brasil/Caixa (NBB/Caixa).


NBB: o campeonato brasileiro de basquete unificado.


O NBB tem uma diferença primordial em relação ao campeonato brasileiro de futebol: - além da modalidade, é claro - ele é organizado por uma liga composta pelos clubes participantes, e não pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Essa nova organização, que deu fim ao antigo Campeonato Brasileiro da CBB e criou a Liga Nacional de Basquete (LNB) e o NBB, se deu por problemas de gestão nos torneios anteriores, que acabaram culminando no caso mais vergonhoso - na minha visão - da história do basquete no Brasil: o Campeonato Brasileiro que terminou sem um campeão (2006). Mas este será o assunto de uma outra postagem...

O campeonato, em sua atual edição, contará com 15 participantes. O Flamengo, atual campeão, terá a honra de abrir a nona edição do torneio contra o Bauru Basket no próximo sábado (5). Flamengo, com cinco títulos, e Brasília, com três, são os únicos campeões da história do NBB!

Os participantes da atual edição são:


Região Sul:
- Caxias do Sul Basquete (RS);
- Campo Mourão Basquete (PR);

Região Sudeste:
- Esporte Clube Pinheiros (SP);
- Club Athletico Paulistano (SP);
- Mogi das Cruzes Basquete (SP);
- Bauru Basket (SP);
- Franca Basquetebol Clube (SP);
- Liga Sorocabana de Basquete (SP);
- Clube de Regatas Flamengo (RJ);
- Clube de Regatas Vasco da Gama (RJ);
- Macaé Basquete (RJ);
- Minas Tênis Clube (MG).

Região Nordeste:
- Esporte Clube Vitória (BA);
- Basquete Cearense (CE).

Região Centro-Oeste:
- Brasília Basquetebol (DF).


Participantes do NBB/Caixa de 2016/17.


A nota triste fica pela equipe rio-clarense, que pediu licença da competição por questões financeiras. Na primeira fase do certame todos jogam contra todos, e os 12 melhores se classificam aos Playoffs. Nesta fase, seguem-se confrontos eliminatórios no formato melhor-de-cinco partidas até a final da competição.

Hoje o post foi mais de apresentação do campeonato. Resolvi não me estender muito, já que pretendo escrever muito sobre o NBB por aqui. Espero que seja um campeonato emocionante, como já é de praxe. Neste ano a grande novidade fica pela transmissão do campeonato na TV aberta pela Band, o que potencializa a exposição do esporte.

Uma boa sorte aos competidores, em especial ao meu Mogi!



Um abraço e bom feriado! 

sábado, 29 de outubro de 2016

A arbitragem no basquetebol.

Olá, gente!

Hoje farei uma postagem mais didática. Como amo dar aulas e amo também o esporte da bola laranja, resolvi unir o útil ao agradável e falar um pouco sobre as principais regras do basquetebol. 

Falarei de elementos básicos do jogo, e hoje centrarei-me na arbitragem. Gosto sempre de fazer o link com o futebol, que é o esporte mais popular em nosso país. Diferentemente do esporte bretão, que conta com um árbitro e dois assistentes, o jogo de basquete conta com três árbitros de quadra e quatro representantes na mesa de jogo. São eles:

- Marcador: preenche o boletim de jogo, que contém os pontos marcados, as faltas pessoais e das equipes;

- Auxiliar: auxilia o marcador em suas atribuições, conferindo as suas ações;

- Cronometrista: verifica o tempo de jogo, operando o placar principal;

- Operador do relógio de vinte e quatro segundos: como cada equipe possui 24 segundos para finalizar um ataque, há um operador específico para este relógio.

Posição de cada auxiliar na mesa de jogo.

Bem, no futebol o árbitro possui uma forma principal para se fazer ver e ouvir. Essa forma atende por apito. Para auxiliar a visualização, o árbitro de futebol - ou juiz, para os íntimos - pode realizar sinais com as mãos. No basquete o apito e a sinalização com as mãos possuem valor complementar, isto é, o apito indica a ocorrência e as mãos devem descrevê-la. Qualquer ocorrência no basquete tem um sinal característico que a representa. 

Hoje falarei um pouco sobre a sinalização para as violações. Em outras postagens eu pretendo expor e explicar todas as violações, com exemplos - até aí eu pretendo me formar na faculdade e não consegui até hoje - e tudo mais.

São oito os principais tipos de violações no basquete:

- Sobrepasso (ou andada);
- Dois dribles;
- Condução ilegal;
- Violação ofensiva dos três segundos;
- Violação dos cinco segundos;
- Violação dos oito segundos;
- Violação dos vinte e quatro segundos;
- Regresso da bola para a zona defensiva.

Tais elementos são sinalizados pelos árbitros da seguinte forma:

Sinalizações para as oito principais violações do basquete.

Falando brevemente sobre cada violação:

15. O árbitro diz que o atleta andou com a bola na mão;
16. Dois dribles: o atleta parou de bater a bola e bateu novamente;
17. O atleta conduziu a bola, carregou ela por baixo em uma batida no solo muito alta;
18. Passar mais de três segundos no garrafão de ataque é violação;
19. O atleta tem cinco segundos para cobrar um lateral, bater um lance livre ou de posse da bola parado com alguém lhe marcando, se passar esse tempo o arbitro sinaliza e marca lateral para a outra equipe;
20. A equipe tem oito segundos para passar da defesa para o ataque;
21. A equipe tem 24 segundos para tentar um arremesso a cesta e a bola deve tocar no aro para validar esse tempo;
22. Ao passar para o ataque a equipe não pode voltar a bola para a defesa.

Já deu pra perceber que o jogo é bem mais complexo e dinâmico que o futebol nosso de cada dia, não é? Justamente por esse motivo é requerida a presença de três árbitros em quadra, uma vez que os lances ocorrem de forma rápida e dinâmica.

Futuramente falarei um pouco sobre cada uma dessas violações e acerca do posicionamento dos árbitros em quadra. Mais pra frente pretendo falar também da quadra de jogo e suas características.

Espero ajudar bastante no entendimento desse esporte tão emocionante!

Um abraço!



sexta-feira, 28 de outubro de 2016

É CAMPEÃO!

Gente...

Que jogo! Que ambiente! Que ginásio! Que torcida! 


Hoje foi uma daquelas noites pra levar na mente por muitos e muitos anos. A noite da consagração de um projeto que uma cidade abraçou com muito carinho. O Mogi das Cruzes Basquete/Helbor sagrou-se campeão paulista de 2016 ao suplantar o Bauru Basket/Gocil por 69 a 61!



E nós estávamos lá!

Mas olha, não foi nada fácil. O Bauru começou marcando muito bem, com muita vantagem no cinco contra cinco. Rafael Hettsheimer estava bem na defesa e no ataque, ganhando com sobras o confronto com Caio Torres, que aparecia muito, mas muito mal no ataque. A entrada de Gerson e uma defesa mais fixa no poste baixo corrigiu esse problema, e Mogi conseguiu sair do primeiro quarto com uma desvantagem considerável, mas nada de outro mundo: 19 a 12.

Com uma melhora significativa nos arremessos de quadra e uma série de erros da equipe do interior, o Mogi conseguiu uma boa recuperação no segundo quarto, indo para os vestiários com apenas um ponto de desvantagem: 29 a 28.

Terceiro quarto e jogo muito nervoso. Alex começava a chamar a responsabilidade - foram 25 pontos (9/21 FG) e 12 rebotes do Brabo na partida - e nada da marcação mogiana encaixar em definitivo. Guerrinha alternava estilos, mas nenhum surtia efeito frente ao ataque bauruense. Felizmente, estávamos fazendo o feijão com arroz a atacando com cadência. Quarto empatado e Mogi perdia por um ponto no fim do terceiro período: 47 a 46.

Agora vem o meu destaque. Uma formação baixa e improvável que acertou a defesa mogiana, acelerou o ataque e causou precipitação no Bauru. O time do Alto Tietê iniciou o último quarto assim: Elinho, Larry Taylor, Filipin, Shamell e Tyrone. Ty jogando na posição 5 e batendo de frente com Hett em uma marcação individual.

A formação que abriu caminho para o título. E essa bola do Shamell caiu? Não!

Com essa formação em quadra foram 3 min. e 51 seg. Mogi levou a melhor nesse tempo com 9x6. Aí você deve me perguntar: Nossa, mas foram só três pontos de diferença, e daí? Sim, eu concordo. Mas nesse período o Bauru desperdiçou 5 ataques, com jogadas precipitadas de seus principais atletas - Alex e Hett, que vinham muito bem até aqui - e descontrole emocional do lado interiorano por esses erros.

Depois disso brilhou a estrela de Filipin. Merecidamente, coube a ele com bolas de três e lances livres no fim corroborar a festa mogiana. Larry fechou o caixão bauruense e colocou fim ao jejum de 20 anos do Mogi.

As duas conclusões desta noite:

- Nunca desdenhe de um time baixo no basquete, muitas vezes ele é necessário;

- Gritar 'É campeão!' é bom demais!


Mogi das Cruzes, bicampeão paulista de baquete! (1996 e 2016)

Destaques interessantes:

- Jefferson Willian (BAU): chutou 14 bolas de 3 pontos nas finais. Acertou no máximo o aro em todas: 0%.

- Guilherme Filipin (MOG): acertou 4 tentativas de três pontos das sete que realizou. Foi preciso no momento certo.

- Alex Garcia (BAU): fez 25 pontos e pegou 12 rebotes, sendo 4 ofensivos. Um monstro.

- Shamell Stallworth (MOG): 19 pontos, 11 rebotes e 2 assistências no jogo final. Cestinha do campeonato e MVP das finais. 

Um abraço!



quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Vinte anos em quarenta minutos!

Olha, para um blog onde eu prometi escrever bastante, até que isso aqui tá bem parado. E não foi por falta de basquete nesse ano que se passou não. NBA, NBB, Paulista, LSB e LDA estão firmes e fortes. O problema foi o tempo e o ânimo mesmo. Acabei indo menos aos jogos, e acho muito mais legal acompanhar do ginásio, ver de perto os erros da arbitragem e a reação dos técnicos nos pedidos de tempo.

Mas olha, eu voltei a escrever por um bom motivo. O Mogi está na final da Paulista e quinta teremos a consagração após 20 anos ou a ansiedade de um jogo 3 repleto de suspense. Sobre o jogo 1 da série, lá no acanhado Ginásio Panela de Pressão, dá pra dizer que foi uma guerra - como já esperávamos - vencida nos detalhes pelo time do Alto Tietê. Um desses detalhes foi crucial e atende por marcação por zona.


O Mogi começou o jogo nervoso no ataque, precipitando e tomando bolas fáceis na defesa. Se passaram 3 minutos e meio de jogo e o placar assustava: Bauru 9-0 Mogi. Guerrinha pede tempo. Mais equilibrado no ataque, o time ganha fôlego, acerta a defesa e equilibra o jogo. E essa foi a tônica do jogo até os instantes finais. 


Mas e a marcação por zona?

Pois é. Pra falar de como essa estratégia deu certo, usarei como exemplo um jogador bauruense que costuma decidir: Jefferson Willian. Ele teve a liberdade de chutar DEZ bolas do perímetro. Não acertou nenhuma. A mais dura pra ele certamente foi a última, com 2.95 seg. no relógio, quando o camisa 11 do Bauru teve a liberdade de arremessar a bola da prorrogação. Parou no aro, pra sorte mogiana.


Para o jogo de quinta, que será outra guerra:


- Precisamos melhorar o nosso índice nos rebotes defensivos. Bauru aproveitou muito os pontos de segunda chance, mantendo o jogo equilibrado até o final;


- A nossa defesa tem que tomar um cuidado maior com bolas do perímetro, sobretudo em jogadas de fundo bola. Jefferson caiu livre para um arremesso equilibrado por um erro na troca entre Tyrone e Caio Torres;


- Precisamos manter a calma. O exemplo da final do ano passado está aí pra nos provar isso!


Quinta estarei no Hugão gritando muito pelo meu time, esperando um jogo técnico, aguerrido e pacífico dentro e fora das quatro linhas!


Que a sorte continue conosco e que 2016 seja o novo 1996!


(E fica a promessa de atualizar isso aqui decentemente!)



Um abraço!